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A construção de um resort de luxo que tomará 20% da Ilha de Boipeba voltou à tona e mobilizou moradores da região, contrários à construção. Na última quarta-feira (8), o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) publicou uma portaria concedendo a licença para a implantação do empreendimento. Em resposta, um grupo de moradores lançou um abaixo-assinado e fez um perfil no Instagram para dar visibilidade ao caso.
A portaria autoriza a “supressão de vegetação nativa” e o “manejo da fauna” para implantação do resort. O loteamento fica em uma área preservada de Mata Atlântica que pertence à União. Ele contará com 69 lotes, 25 casas, duas pousadas de 25 quartos, aeroporto, grande estrutura náutica e um campo de golfe.
O empreendimento é da Mangaba Cultivo de Coco Ltda, que tem como sócios José Roberto Marinho, um dos herdeiros do Grupo Globo, e Armínio Fraga, economista e ex-presidente do Banco Central no governo (1999-2003).
De acordo com o movimento de moradores, o resort pode ocupar uma área equivalente a 1.700 campos de futebol, o que corresponde a cerca de 20% do território da ilha. Os moradores alegam que "os danos causados seriam irreparáveis para o ecossistema do local, indo na contramão do turismo ecológico e sustentável. Ale?m dos desastrosos impactos ambientais, a comunidade da Ilha de Boipeba ira? sofrer por na?o conseguir desenvolver o seu sistema de subsiste?ncia tradicional”.
A mobilização popular contra o projeto acontece desde 2012. Em 2019, Ministe?rio Pu?blico Federal (MPF) afirmou nas recomendac?o?es do processo que "na?o existe fundamento legal para o Inema realizar o licenciamento ambiental de um empreendimento sem a concorda?ncia do proprieta?rio do imo?vel em que sera? instalado, especialmente em se tratando de imo?vel da Unia?o, insusceti?vel de usucapia?o ou desapropriac?a?o”.